LEMA

LEMA DE DEZEMBRO

" O nosso Deus é misericordioso e bondoso. Ele fará brilhar sobre nós a sua luz e do céu iluminará todos os que vivem na escuridão da sombra da morte, para guiar os nossos passos no caminho da paz." (Lucas 1. 78-79)

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Quando não dá mais...

Por: Pastor emérito Friedrich Gierus/ Blumenau   


 O que Deus uniu, não separe o homem. Não sei quantos casamentos fiz no meu tempo de pastor de paróquia. Esta frase sempre era citada e eu sempre a entendi como um mandamento de Deus para n ão entrar levianamente no casamento, deixando aberta uma porta de saída pelos fundos: "quando não dá mais,  nos separamos novamente."
    Assim não. Tal palavra de Jesus quer ir contra esta visão do casamento. Em sua opinião (Mateus 19. 5 - 6) , o casamento é uma instituição de Deus, cujo objetivo é que homem e mulher se unam em comunhão íntima por toda a vida, se complementem mutuamente e assumam responsabilidades conjuntas na educação dos filhos, na vida profissional e no lazer.
    Sabemos que nenhuma pessoa é perfeita e temos expectativas exageradas, pedindo mais do/a parceiro/a do que pode dar. Aí surgem tensões e entramos em parafuso. Nosso comportamento teimoso pode tornar o diálogo impossível. Com que facilidade aparecem as palavras que machucam e que não podem mais ser desditas. Nos tornamos mutuamente culpados. Mas será isto motivo de separação?
    Na Bíblia, a palavra "perdoar" ou "perdão" tem um significado central.  Como criaturas de Deus, nos tornamos culpados diante dele todos os dias. É por isso que também pedimos diariamente na oração do Pai Nosso, que Jesus ensinou aos seus discípulos, "perdoa-nos as nossas dívidas". Mas com isso tal petição não está completa. Esta petição no Pai Nosso ainda tem uma continuação, que diz: "...assim como nós também perdoamos aos nossos devedores." Isto quer dizer que admitimos que não somos perfeitos e que diariamente erramos o alvo da vida para o qual Deus nos criou - nós "pecamos", como diz a Bíblia.
    É por isso que necessitamos do perdão, mas não somente nós, senão também o nosso próximo, em especial os que estão bem perto de nós, no casamento, na família, no local de trabalho. Vida matrimonial e convívio humano a longo prazo de modo geral só é possível dessa maneira.
    É interessante observar que os casamentos na igreja e também os casamentos civis acontecem cada vez menos hoje. Hoje a gente simplesmente se junta. Primeiro se experimenta  se a gente suporta a vida em comum. Quando não funciona, cada um vai para o seu lado de novo. A nossa geração desaprendeu a reconhecer a culpa e pedir perdão ou perdoar. Este é o motivo pelo qual tanta gente vai ao psiquiatra, fica doente, apela para o álcool ou para as drogas. "Tudo para não reconhecer os próprios erros! É melhor separar!"
    Por este comportamento, as pessoas da nossa sociedade se tornam cada vez mais vítimas de um processo crescente de individualização. As consequências são a fuga do casamento e a solidão. Vida familiar intacta é cada vez mais exceção. Será que o dia dos Namorados, no dia 12 de junho, é capaz de trazer ajuda para voltar a refletir de forma nova sobre o casamento e a vida em família e a resgatá-los como uma ordem instituída por Deus?


Fonte: Jornal O Caminho - Edição Junho/2014
Tradução: P. Clovis Lindner











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